Uma luz azul, emitida por um material radioativo, deixou uma pes-soa seduzida a ponto de querer que outros, também, tivessem aquela experiência, passando a compartilhar fragmentos com parentes e amigos. De diferentes maneiras, esse material foi circulado por pes-soas, sem que elas tivessem percepção das trágicas consequências.

O que parecia algo totalmente inocente, durante brincadeiras e convívio com a fonte radioativa, levou quatro pessoas à morte, além de centenas que ficaram contaminadas, cujos comprometimentos de saúde perduram até hoje, apesar de terem se passado quase trinta e cinco anos. Isso ainda seria parte da tragédia, pois, como tudo foi demolido, não tinham para onde voltar. Ficaram sem passado e sem presente.

Assim como imagens vistas em mosaicos, reconstruí essa história com fragmentos de minhas lembranças, que foram se encaixando, lentamente, trazendo as emoções que pareciam estar em lugar pro-fundo. Contar essa história me permitiu dar ênfase a duas coisas que acredito serem primordiais para a nossa sobrevivência: a empatia e a segurança.

Desejo que ao lerem este livro, além de se identificarem com algo ou pessoa, percebam o quanto uma ação pode minimizar ou, mesmo, evitar uma tragédia.